carinho diverge de desrespeito. cresce no caos ao invés de desculpas covardes.

fingimos tê-lo para justificar uma espera ou fingimos dá-lo por egoísmo.

é amamentar, dar colo, abraçar, festejar... é atitude e presença. improvisá-lo gera “não sei” ou “mais tarde, quem sabe”.
...
carinho é cuidado e nos faz feliz agora. então, quando inexistir, finja felicidade ou carinhosamente caia fora!
apaixonar-me não substitui o amor maior que a vida me deu!
o homem que achar que é meu mundo, perde o encanto, não me leu.
eu inteira pra vida e ele nem compreendeu,
fica medindo paixões, definindo o que é meu, o que é seu...
o homem que fica na vida e na alma é aquele que entendeu,
que mais do que paixões, esse amor comigo viveu!
é quando o coração se rende e diz: pode abrir mão de mim. eu não sei de nada mesmo...
ah! não dá mais...
meu bem, eis que afinal
fique pertinho de vez
ou tchau.
não as paixões, os impulsos ou as apatias.
tampouco se a sala está cheia ou vazia.
nem as dores da vida nesse leva e traz...
meu termômetro é a minha paz!
a vida não vai dar no mesmo por si só.
ela nos deixa livres. tem um Amor maior.
destino, sorte, ilusão...
crendices do coração!
cortar é um verbo que serve para faca ou situação...
amolar é bem difícil quando se trata do coração
mas há sempre algumas perdas para cada decisão
ei, vê se presta atenção!

lá no fundo da gente, lá onde mora a saudade
pra cortar, cortar mesmo, dar um basta de verdade
tem que ser muito homem, muito macho, meu irmão!
e uma mulher mesmo sente, percebe a acomodação
arranhão ou corte firme... meio termo existe não.
inter-ativade, gosto de "quero mais": canta-digita-conversa-e-faz.
solidão, vazio, risco natural: já que o bom desta web tá no mundo real.

me surpreendo, me encanto, fico bem pianinho
é com quatro paredes, olhares, carinho;
acalanto quietinho, vagaroso e calado;
fruta fresca, aconchego, sertão avermelhado;
papo leve, sorriso, um bom chopp, um som;
carne e osso, família, pé no chão, moletom;
ter um colo e dengar, ser amigo e abraçar;
conhecer, conviver, ouvir, presentear...

chamar atenção, forçar intimidade?
é bem diferente o que chamo "amizade".
decreto, revelo: o que mais me apetece
é facinho de encontrar, mas fora da internet!
tudo

gritar e silenciar, sorrir e chorar
por completo, por dentro e por fora.
estar inteiro e se deliciar
por completo, agora.
esperar? hein?
esperar 2011 chegar? quem?
quem é esse 2011 que quer me dar pause?
eu hein! play!
sobre horizonte infinito e mil direções

ei, olhe ali, veja mais no além-mar:
se essa rota não é, porque então nessa está?
se quer outro rumo, coragem menino:
ESCOLHAS QUE DIZEM O NOSSO DESTINO.
menina, cuidado com o que lhe convém:
...nunca irá decidir o destino de alguém.
mesmo amparado e com um co-condutor,
quem decide o caminho é o navegador!
[sobre os últimos dias e hoje - por razões diferentes]

silencioso, como sempre, de súbido surgiu
(sacrificio, arrepio, um aperto, um vazio).
ele sim, ele sabe, o meu SEXTO SENTIDO,
que seguramente será ou já até terá sido!

em um sonho, no sangue, num sorriso ou na dor
(surge ora rasgando ora acolhedor),
nem sempre se sente um sofejo sagrado
com a segura sensação do significado.

sendo um sopro sutil, céu azul, sutilezas:
sentimentos suaves são como sobremesa.
se for seco sabor ou soturna impressão:
sorrateiam-me o sol, me soca a solidão.

querer dizer que não, meu senhor, para quem?
sem querer isso vem, na minha parte mulher.
teimosia que não, minha senhora, para quê?
isso vem sem querer e com certeza É!
todo mundo devia fazer teatro

Os homens, ao contrário do que pensam, seriam mais homens e se expressariam melhor.
As mulheres entenderiam mais o que é ser geradora de pessoas, sentimentos e coisas nesse mundo.
Seria mais bonito o que quer que existisse entre eles.
Mais amizade, mais tranquilidade nas relações e mais harmonia entre as pessoas, entre as idéias dessas pessoas e entre as pessoas e as naturezas (humana e do planeta).

É. Todo mundo devia fazer teatro!










ser coração, ser alma, ser corpo, ser mente... e regar-se!
semente de girassol pra alegrar. semente de linhaça pra fortalecer. semente de um monte de gente que fica no coração pra crescer e ampliar os horizontes...
=)

Na cidade aqui dentro


Avenidas, embarque, trocados e estação,

O radinho de pilha nas últimas fileiras

E a emoção dos amantes de então

(Oitenta anos e sempre motivos para sorrir).

A trilha do bar que embala a esquina

Enfeitando a espera da menina.

E essa dor no peito dos engarrafados...


Engarrafaria seu sorriso num vidro de mar

E o levaria comigo, para me embalar...

Velejar contigo em frases abertas:

Diretas não, voltas já!

Volta já que eu quero ondear,

Viajar por seus lábios e olhar.

Loçao pós barba, óleo de banho,

Pós carícias e felicidade - cheiros e cheios de vontade!


Sutis reencontros nas vias,

Sevos desencontros em vão,

Abraços e presença escolhida.

Belezas e delicadezas,

Caronas, aeroportos e as cartas na mesa.

Entre dúvidas, um não e as confirmações,

Bastam as gentilezas urbanas das multidões.

aí com a saudade a gente faz o quê? amassa como um rascunho da vida, joga pro alto, erra a mira e faz um pedido quando ele cai, igual a estrela cadente?
para os que criticam o meu sorriso

Sorrir para alguém quando não se consegue sorrir para a vida é um dom.
Sorrir por saber que o outro não causou o seu sofrimento é equilíbrio e amizade.
E quando, mesmo tendo chorado, sorrir para o sofrimento, é amar a vida de verdade.

Na presença ou na saudade. Nas realizações ou nas vontades. O sofrimento sempre vem. Sorrir é encará-lo de frente, com coragem e não falta de sinceridade.

Choro é melancolia, mas é também beleza e canção. Sorriso é calmaria e superação.
Cada um tem uma ponta de responsabilidade no caminho da felicidade.
rota

A brisa do seu sorriso que espera;
a sua aparição inexplicável;
a maneira corajosa de lidar com os medos;
a presença transparente no curso dos nossos dias-correnteza;
nossa implícita vontade de acertar;
as mãos não dadas emudecidas pela eterna esperança de mudar;
tudo parece motivo suficiente para um mergulho além dos pés na água.

Às vezes sou calmaria, às vezes vendaval.
O frescor das suas ondas pacientes me dá força para tentar.
Minha maré varia e me afoga.
Sua maré não se queixa e me afaga.
São detalhes cheios de vida, como o fundo do mar que te trouxe pra mim.

Que a amizade do final do arco-íris atraque os nossos sonhos cor de céu.

Não sou certeza de embarque ou despedida, mas curto o velejo gostoso da vida.
Não sou certeza da âncora no cais, mas sou sede do beijo fresco das águas.
Não sou Sininho de Peter Pan, mas sou leme que se entrega à companhia constante.
Sou luta, rota e gratidão.
Sou entrega de um tesouro encontrado nesse porto inseguro.
PÔR-DE-MIM

Entre nuvens de aço e chuvas ácidas
Não há luz capaz de nos colorir
Indefinidas linhas dos raios seus
Raios que sufocam e o partam

Melodias avessas ao que constrange
Procurando notas entre claves e sóis
A sós, nosso amor é puro
Com outros, vêm-se os nós

Como chover sem pesar?
Como raiar seu penar?
Como nascer sem pensar?
Evitemos evaporar.

Eu chovo.
E então me ponho em seu horizonte...





nota bônus:
Dizer pra esse aperto no peito que eu não sou como aquela nuvem que fica sofrendo, cinzenta. Eu chovo, pra ver o dia clarear! Só que meus olhos ardem e sempre perguntam quando acabará o inverno.
A vida e nós somos simples. Complicados são os nossos sentimentos...
DESDE SEMPRE

Minha boca incansável de palavras
Brota de uma fonte inesgotável de idéias.
Calar é arte esculpida em mim
Com espátula de força e vontade.
Parar é arte pintada em mim
Com pincel de necessidade e leveza.

Não é que gosto de trabalhar demais,
É diferente: gosto de pensar;
De sentir a utilidade das minhas veias
No pulso da humanidade.
De saber que aqui ou acolá
Posso produzir, escrever ou cantar.

De tanto deixar-me moldar,
Melhor, de tanto tentar,
Acabei virando uma teimosia divina,
Com a certeza inabalável de um Amor que abraça.

Apesar da minha tranqüilidade inconstante
E das minhas reações inconscientes
Sou olhos em paz e contentes,
Sou de mar e de sol nascente.
ENTORPECENTES (E ISOLAMENTO)

Bebida alcóolica só me atrai pela quentura das companhias e pelas lembranças que traz (ou leva). Lucy in the Sky with Diamonds não me leva pras nuvens nem me ajuda a escrever meus versos e devaneios (como este). De tudo o que é fumaça, prefiro a poeira da estrada e a lenha dando sabor ao milharal (infância e saudade). Ou ainda trem, turbina, motor, que pra perto ou longe levam-me em santas, loucas, imprevisíveis ou banais viagens (viajo).

Viajo comigo o tempo inteiro. Por outros motivos, viajo mesmo e muitas vezes, quase todos os meses.

Tenho esse e vários entorpecentes, música principalmente! Me entontecem, tranqüilizam, anestesiam, machucam, dopam ou viciam.

Ah! Cuida de mim que hoje eu sofro de overdose, amor. Tranca a porta por dentro e fica aqui. Traz água e sopro suave, que eu já me vicio (de você). Faz silêncio, me abraça, me protege, até que eu volte a ficar contente.

Eu tô mal mas por favor, não chama ninguém e desliguemos os telefones. Deixa tudo paradinho assim, que hoje eu sofro de overdose, amor; overdose de gente.
CRUZADAS

De todas as cruzadas às quais estava submetido, preferia as palavras. Cada letra que se encaixava num quadrinho o ajudava a esquecer os enigmas da vida em fogo cruzado e coração em chamas. Como se, ao desvendar os mistérios no papel, seus problemas encontrassem respostas matemáticas para as trilhas da vida.

A prova real não mais funcionava desde que um passo em falso transformara em guerra cruzada a santa paz que tinha.

Acordar, trabalhar e dormir tinham funcionado por tanto tempo. Por que inventara de questionar a rotina e as sensações? Por que pensar demais quando o mundo só solicita ações mecânicas e sem voltas? Sabia merecer as angústias e as noites mal dormidas. Ademais, encontrar tais soluções exigia um esforço tamanho diante da veloz e ininterrupta função de cortar temperos.

A frase matinal do chef não lhe saía da cabeça: “você não corta mais cebolas como antigamente”. O que lhe cortava o peito insosso e a cabeça dorida, fora dito com um sorriso brutal do chefe. A frieza dos superiores para criticar à queima-roupa é capaz de cruzar a mente de um homem que silencia ao ouvir a verdade. Mas estas lágrimas vêm das cebolas...

Cortar temperos por tantas horas já é cansativo o bastante, portanto, deixaria eficiência e soluções para as lâminas. E como as admirava! As facas podem atender às exigências do mundo sem perder a autenticidade: acordam e cortam organizadamente; para retomar uma relação não têm medo de fitar o outro, mesmo que sangre; na hora do cansaço, por fim, adormecem de verdade, (não precisam assistir às estrelas que cruzam a madrugada e revelam as angústias dos homens que choram e cortam cebolas).

O metrô estanca. Percebe o erro mortal dos que vivem sem viver: “transformação” com oito letras é E-V-O-L-U-Ç-Ã-O e não D-E-S-G-R-A-Ç-A, como arriscara inconscientemente. Porque em outra direção, para encaixar no jogo cruzado e maldito, “o que fazer em momentos difíceis” seria E-S-C-O-L-H-E-R e não D-E-S-T-R-U-I-R, como tinha pensado. Afinal, sempre arruinara as possibilidades e continuara ali, na escolha imutável dos que já não escolhem...

Por fim entendeu, como que num encaixe perfeito: o que parecia destruição por um golpe brutal e um sorriso sarcástico, era manifestação de sorriso sincero e satisfação. Revelação do que já não é por fortuna. Sim, chefe, já não corto cebolas como antigamente... e a lágrima que rola no rosto, de evolução e escolha ardente, dissolve-lhe as angústias.

Às vezes a calmaria engana e nem é paz o que se sente... E quando ela finalmente vem, não é morna, indolor ou transparente. É espada que teima, água quente que arde, mil texturas a incomodar e despertar o que está inerte.

Após contemplar as estrelas, adormece de verdade, como as navalhas do seu dia-a-dia. Sabe que o hoje, ao nascer do sol, terá evoluído e será antigamente. E todos os dias, entre escolhas e palavras, entre olhos e sorrisos cruzados, poderá cortar cebolas com uma paz diferente.
CULTO À CULTURA E VENERAÇÃO AOS AMORES

Quem não ama a cultura, não conhece a felicidade: não saboreia as magias da criação humana, não se aproxima de Deus ou de seja lá como o denominem, não se sente espremido pelo infinito universo de lendas e idéias e histórias e paixões e... não ri, não chora, entende cada vez menos das belezas da alma humana e é influenciado cada vez mais por suas atrocidades e limitações.

Quem não contempla o intangível, pára de sentir sede e, na secura dos bloqueados para o Amor, perde todos os amores. Encolhe-se, enruga-se, desnutrido do que estimula, do que diverte, do que sensibiliza, até mesmo do que enraivece. Porque quem não cultua o que o homem é capaz de produzir não pode senão converter-se em menos humano.

Alma penada em corpo de gente caminha em vultos, amedronta, mas não sente medo; gera curiosidade, mas por nada se interessa; provoca risos e balbúrdias, mas não se sabe mais na gostosura dos sorrisos.

Quem vive das mediocridades adultas, acordando para esfriar-se e esfriando-se para dormir, descobre-se um dia na gélida ponte que parte do nada para lugar algum. Entende o que perdeu, o que ocorre, o que falta, mas, na sua descrença treinada e paralisante, não cria nem leituras, nem soluções. E ali se estagna, na angústia de uma ponte imóvel...

Enquanto isso, outros andam, transitam, descobrem, deliciam-se. Enquanto isso, o mundo gira.

Como pode uma amizade crescer se não por deleites do que é simples?
Quem pode manter o convívio se não surpreende e se encanta?
Como podem dois suportarem-se para sempre se não descobrem-se um ao outro, mas também fora deles, contando as descobertas e construindo pontes que libertam para o infindo?

Construir, decorar, esculpir, cozinhar, comer, cantar, dançar, vestir, pintar, sentir e expressar-se, assistir e perceber as mãos em brasas pela aprovação sonora e universal, inventar, contemplar, ler, escrever, ouvir, tocar, descobrir mais e mais, perceber que mais é sempre pouco... e andar! Para frente, para trás livre e conscientemente, para o lado experimentalmente, em torno do próprio eixo subversiva ou deliberadamente. Correr ou parar!

A criança que brinca e regozija-se em ternuras, cores e sons prevê como se deve viver. Mas quem não pulsa com a cultura ou dela desistiu, já não pode mais amar de verdade. Admira alguém, mas se acha indigno do que de belo nela existe.

A cultura reinventa-se, cria novos rumos para a história da humanidade, de qualquer canto e de cada pessoa. Portanto, quem ama o que de dentro da gente sai, não se contenta! Existe na busca incansável por registrar a história que nasceu para viver, ainda que entre sofrimentos e suores.

Mas quem a ela não cultua, morre antes mesmo de morrer.
VOLTEI!

Não como quem sai da rota e a ela retorna, mas como quem morre e renasce diferente, com asas principiantes e amor ao que transforma, transita e integra.

Voltei de mim para mim, após fugas inúteis e reflexões fundamentais.
Por outro lado, voltei de mim para outra, após refúgios desnecessários e pensamentos úteis.

Espontaneidade e prudência, quando em excesso, são desgraça de quem quer alçar vôos rápidos. Mas também de nada valem sozinhas. Assim como cada um de nós e assim como minhas asas...

Eu, com meus recorrentes sonhos de Ícaro, aprendi primeiro a construir o caminho que não encosta no sol em brasas, apenas o contempla.

E entre atalhos e vôos, volto para onde não importa, sem pretensões, exigências, formas, temas ou periodicidade. Apenas o desejo de que cada texto seja como um retorno leve, de algum lugar (que não preciso saber) para onde não é necessário que se tome conhecimento.

Saber-se passado condiz para explicar que tudo é retorno (por isso os textos antigos de cara limpa). Mas saber-se presente e sem explicação condiz para evitar apegos e ridículos suicídios.

Portanto: que apesar de focada no que agora move as asas derretíveis dos meus sonhos, eu, por fim, tenha sempre a coragem de alçar novos vôos e dizer: voltei!






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>>> (de diários...) SEM ALÇA/DECOLAGEM/ITÁLICA ALMA NA MALA

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>>> (de diários...) VIVER PELOS QUE PASSAM

>>> JÁ QUE NÃO CHEGAM AS FÉRIAS

>>> MUTANTE

>>> COMPUTADOR É ASSIM, GENTE NÃO!

>>> GREVE

>>> AINDA QUE NÃO DIGAS QUEM SOU

>>> OPINIÃO E MEDO

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>>> NO DIA EM QUE CHOVERAM AS ÁGUAS E AS IDÉIAS - E VOLTOU A VONTADE DE ESCREVER

>>> ROTINA E LUZ

>>> "EU VOU NAVEGAR NAS ONDAS DO MAR..."

>>> O GATO COMEU

>>> 1/2






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>>> CARTAS REAIS PARA DEUS, ESCRITAS POR CRIANÇAS

>>> INSÔNIA E DEVANEIOS NA MADRUGADA

>>> CAMPAINHA

>>> POIS QUANDO A LUA NÃO MAIS ILUMINAR

>>> (de diários...) DEZEMBRO EM CRAVOLÂNDIA






FANTASIAS

Ponte firme entre sãs consciências
Diálogo puro entre inteligências
Compreensão muda e nostalgia
Alegria sublime e companhia

Tempos idos sem esclarecimento
Cumplicidade em quais sentimentos?
Entrelinhas, mistério, concordância
Desistência ou alguma esperança?

Beijos sonhados e abraços de verdade
Se diferem no corpo e na vontade.

Sem ler pensamentos alheios; sem poder descobrir-nos lá dentro;
sem querer encontrar as respostas, lanço cada pergunta ao vento.
Sem planos ou conversa ensaiada; sem sequer planejar o poema;
sem saber conversar no vazio; sem conseguir me livrar deste tema.

Acho mesmo é que esta poesia
Não entendeu o que o poeta quis
então trago uma canção tola e fria
que de tanto falar, nada diz.

Beijos sonhados sem abraços de verdade
Se diferem no corpo. E na vontade?
BLUE

My broken heart and I
we can never have everything
My tired body and I
we afford and sometimes fail
My healthy mind and I
we keep always learning
My married soul and I
We gotta start again.

My life, myself, whather I come or go
Doesn't matter
World is not waiting though.

The sky, the sea
oh, they're just so blue
My heart, my mind, my body and my soul
We are too.

So why the hell can't I laugh
And they surely do?
RESPIRA-ME

Furacão.
Desses que cantam ventos de mudança enquanto todos temem destruição.
Desses que passam rápido no deserto e ninguém, além da natureza, percebe o seu rastro.
Velozmente faz seu curso e se consome;
dança e vira ventania;
descansa e vira brisa.

Brisa.
Daquela de beira-mar, que traz as mensagens mais azuis do mundo aos ouvidos e às conchas.
Daquela que acaricia suavemente e só a sente quem se deixa tocar leve e sutilmente, no silêncio necessário de dentro pra fora.

Esse é o ar, que quer te dar vida mas nem sempre entende em qual velocidade andar para ajudar a natureza.
Aquele que se perdoa, recomeça e é grato a todos que respeitam seu ritmo e reconhecem o seu lado bom.

Existem muitas delas.
Destas mulheres que Deus criou, decididas pela rota a seguir.
Destas que seguem o seu caminho ora valentes, ora carentes e macias.

No curso do mundo, minhas partículas não têm pátria.
Me adapto ao espaço do momento, mas me espalho para novas conquistas.
O meu limite é o horizonte e o que me atrai.
Me deixo cortar por aqueles que de mim precisam.
Me misturo com o mar e mato minha sede.

Eu, ar, em sintonia com oportunos momentos de furacão, ventania ou brisa.






CEM SENTIDOS

Meu eu-Ícaro se perde em lirismo insano, quando viver em paz basta.
O sol que ilumina os dias derrete as asas fugazes. O sol que ilumina o infinito não derrete as asas de quem o busca. É impossível, como separar a beleza dessas folhas no chão da beleza das árvores secas.

Viva o obscuro que alimenta as estrelas. Viva o lirismo insano de Ícaro, que se arrisca voar para perto do sol. Viva o sol que derrete meu fim para me dar o infinito. Viva os galhos secos que se fazem teto na primavera. Viva a paz de viver minhas torturas sem tirar dos outros a felicidade. Quero o sol em mim, feita de cera, com minhas asas curtas que falam à vida: curta!

Por isso ultimamente as reflexões que faço se resumem às minhas experiências profundas e vãs, como a filosofia do poeta.
ESTALO

Como as estrelas que choram no céu
E transpassam a beleza da noite;
Como as flores que choram ao amanhecer
E sabem que é puro charme de orvalho;
Como a tristeza da natureza
Que é perfume e solidão,
Uma mulher "feita apenas para amar e ser só perdão"
Despertou-se em lágrimas que riem
E orvalho que declara sua beleza.
A mente descompassada já entendeu que nunca entende.
E para mim, que sempre supliquei por um sinal
Meu coração deu pr'essa história um ponto final.
CRISTAL

Às vezes é mais fácil fingir que o coração não existe do que assumir que ele está ai, em pedaços, como se fosse cristal envolto num mundo de vidro.

Pedaços de cristais e uns poucos raios de luz valem mais que uma farsa de fortaleza inabalável.

Acontece que agora este mundo parece uma bolha de sabão e, ainda que a luz produza lindos quadros coloridos, a bolha não resiste ao toque pontiagudo dos pedaços bonitos que doem. A dor desfaz a redoma ou a beleza derruba as barreiras? A fragilidade derrete a segurança ou o sofrimento liberta?

Quando escolho ter um coração, vem no contrato a possibilidade de morrer "aos muitos" pra renascer luminosa e múltipla. Tudo fruto de uma coisa só, distribuindo raios de espectros coloridos. O sofrimento está para todo ser humano. A felicidade ainda não... E todos têm um coração. Portanto, mais vale um sofredor de vidro do que um pseudo-feliz de pedra.

Eu sei disso tudo. Então deixa eu curtir essa paz no colorido despedaçado do meu peito iluminado.
BALLET DIVINO

"Na dança do tempo" canto à vida sem ritmo, língua ou grandes explicações.

O ritmo livre identifica-se com qualquer um.
A língua não faz falta quando há a caridade.
As explicações... essas nunca estão lá quando as procuramos e sim, quando mais precisamos e menos nos damos conta disso.

Tateando, tenho certeza que o escuro é belo. As formas escondidas em cada ângulo dessa incerteza asseguram a contradição imposta pela eternidade.

Eternidade: contradição e certeza, canto à vida sem ritmo ou língua, mas com grandes explicações.

"Na dança do tempo" eu-bailarina construo meus passos.
DOWNLOAD

Tempo de loucuras e neo-ditaduras. Anos cheios de Terceiras Guerras Mundiais. Terra que gira cheia de homens que não sabem pr’onde vão.

Tempo de comprar mercadorias on-line e pagar sem assinatura. Tempo de forjar amizades e abraçar sem tato. Tempos de fingir que não se quer e aceitar o que não faz feliz. Tempo de mais consciência do contentamento já que é na falta que damos valor às coisas.

Tempo de pensar coisas belas e não ter coragem de dizer.
Tempo de conversar mais sobre o que o faz infeliz.
Tempo de desencontros, já que assim "deve ser”.
Tempo que finge perfeição
Tempo quase perfeito, não fosse por um triz:
Não posso fazer o download de você.
COMPLETE(LY) AGAINST FEAR

Why are we both expecting sunrises
As if not risking just waiting for life?
Almost all of my dreams are about coming true
Even though my fantasies bring thoughts of you

The look, the light, the simple shot
The smile, the match, the way we touch
Being together or apart any ordinary day
Singing, crying, happily trying to play

Voices inside, our silence, our sighs
High hopes, gloomy places, to be glad, to be sad
Any condition, I’ve got to believe,
Could explain what for we both live

Whether kiss you or truly let you go
To say what I mean or to border caution
Perhaps I’ll be wrong, but now I’m sure
That I do miss you from the bottom

The magical words preceding around
The questions we have standing behind
Although never matters the piece or the fight
Deep in the eyes we can see what’s right

I certainly know it's not easy for you
So, if by any chance you're doubtful,
Just before you ask me I gotta say:
yes, darling, you may!
ADMIRÁVEL

Não se sabe até quando essa magia
De querer do encanto companhia,
De rir 15 minutos, 3 dias,
De saber q o outro já sabia...

Não se sabe porque foi ou se será
Nem importa se um dia virá.
Foi verdade o brilho nos olhos
O cheiro, a voz e o colo

Antes de dormir, sonhar
Ao adormecer, levitar
Cansaço escondido no abraço
De lua tardia, céu, regaço

De poema sussurrado ao vento
De promessas trocadas por silêncio
De leveza e de liberdade
De carinho de manhã e saudade

Se o tempo levar a explicação
Fica o riso, o cheirinho e a beleza
Do encontro do medo domável
Com a coragem do Admirável.
MEANWHILE

I'm raining a lot
Getting soft, getting light
And it's so nice
The best my nature could've done
So that I'm able
to give room back to the sun

Whether here or up there
Making me sleep or keeping me awake
Never mind to understand
The crazy things we might make

You've got a new talk
I'm having new thoughts
New visions to the life of mine
It's enough for me to shine






REVEILLON BRANCO E PRETO

Depois de tanto tempo "calada", queria escrever um texto no qual cada imagem fosse se auto-construindo, para manter a naturalidade do ano que começa. Abstrata, só conjugo a arte moderna das linhas pluri-direcionadas.

Entre miras infelizes e alvos quadrados, me despetalo sem perfume ou cores no meio da escuridão.

Reclamaram do meu sorriso incolor. Desconheceram o meu perfume inodoro. Aceitaram o meu beijo insípido. Nada indolor, tudo absurdo.

Flechas e braços se confundem, e meu abraço violento é incapaz de mirar obras surreais "neste vale de lágrimas".

Até que os campos são floridos, assim como a renda do meu suor; os beijos agridoces são gostosos como os abraços de outrora; o meu perfume enfeita-me de luz.

Vida Nova.

Romper o ano mergulhando no sal da terra para gozar de seus arcos marinhos e ser salva. Vidas.
DELÍCIA

Quero a medida dos desejos, cor ou consistência, como a receita de quem dá as costas ao precipício. A vida é seu tempero.

Quero o equilíbrio das forças untadas a ferro e paixão, como a forma de quem olha firme para uma nova estrada. A coragem é seu forno.

Quero o sabor dos prazeres frescos, como a beleza de quem, apesar de cansado, sorri ao lá chegar. As sensações são suas fatias.

Quero o sucesso das satisfações alheias como o banquete de quem se serve inteiro a cada pedacinho. Que o amor seja o tudo, não o fim.
GOSTOSA E INSISTENTE VIDA

Relacionamento é igual a fazer mingau:
Se parar de mexer, embola.
Se não mexer direito, fica sem sabor.
Se o leite não for fresco, estagna.
Se a panela não for apropriada, é tempo perdido.
Se o fogo não for brando, queima.
Se o caldo não for condensado, é projeto de.

Ela segue gastronômica, tentando acertar sabores num banquete onde nada se perde, em busca de um mingau feito com amor!
WINDS

Feel free was always the phrase
I used to think I understood it
I didn't
Now that things are getting clearer
It's like a baby bird starting to have a clue about its winds
Although all I have inside, I'm free

And there's no one who could tore it in peaces
or take it from my sureness

And I certainly have much more than a clue about it
"The answer is blowing in the wind"...
Gratitude.
Hapiness.
Light.
Freedom.
CULTURA DESEJA CASAR-SE COM POVO QUE AMA

Nem entro no tema afinidade, é questão de valorização mesmo. Me confundo quando procuro compreender o que o povo dessa Bahia realmente ama. Depois na prática é que se entende o que vem a ser amor verdadeiro, quando amar a própria cultura já seria um bom começo.

Em análises mais profundas a gente se depara com um público AB limitado, restrito a críticas sem fundamento. Alto lá! Não estou me referindo a pagodes e axé music generalizada. Não me refiro a shorts lá e blusas cá ao balanço daquilo. Tampouco à indústria cultural que temos. E quem me conhece sabe muito bem disso.

Refiro-me ao samba que "nasceu lá na Bahia", ao chorinho que é nosso, ao Afoxé que muitos nem sabem o que é. Ao teatro baiano, ao que se faz em prol da comunidade pobre ("e são quase todos pretos (...) ou quase brancos") através da cultura. Quem já foi ao Pelourinho? Agora, quem já foi nas entrelinhas do Pelourinho? "Pelourinho não é mais aquele".

Se da próxima vez que for à Europa continuar sendo obrigada a ouvir baianos (e brasileiros) restringindo a nossa cultura a nudez e carnaval, futebol e no máximo Guga, prostituição e violência, continuarei não medindo esforços para defender o outro lado da moeda, mas também perderei o respeito humano aos seres "críticos e cultos" do nosso país.

Amar a cultura do outro como a sua é algo complicado quando não somos capazes de fazer sequer o caminho de ida...
"Se farinha fosse americana (mandioca importada), banquete de bacana era farinhada."
ULTIMAMENTE PESSOAS (brainstorm)

Pego um ônibus
(mais queria pegar um avião),
Homem atropelado.
Carro que acelera.
Carro que vai embora.
Ninguém que socorre.
E bicicleta no chão.
E frutas espalhadas.
E "amanhã não tem feira".
E desespero no hospital.
E berros de socorro.
"Alguém faça alguma coisa".
Funcionários incompetentes.
Homem que espera.
Trabalho de Administração também.
Zero nem importa mais.
Carona pra faculdade.
Tudo certo finalmente.
E nota não será zero.
E o cêntuplo nesta terra.
E sorriso.
E desencontros.
E atropelos de novo.
E de novo.
METONÍMIA
para o noivado com aliança na corrente...

Entranhas de veias que se contorcem na tentativa de reduzir o pulsar do calor latente.
Bochechas quentes.
Os tímpanos ensurdecem.
Pé-de-ouvido no umbigo e digestão cerebral bloqueada na extremidade da argola
Solta o som!
afinal, sem trilha sonora não rola!
Melodia leve penetra nos ouvidos que nada ouvem,
suavidade do hidratante penetra nos poros e dissolve correntes.
E o prata dessa pingente não se dissolve jamais, porque foi comprada com carinho.
Foi nessa onda que tudo começou.
Movimento ondulante que se sente até nas veias
que leva as sensações ao pulso,
que atiça os tímpanos,
que clama por pé-de-ouvido,
que hidrata os sentidos,
que penetra nos poros,
que dissolve as correntes,
que bombeia o coração,
que ativa o corpo todo,
que leva ao cérebro,
que detecta: carinho!
MAL OLHADO

Depois de alguns rounds levantei da cama. A luta pra dobrar o cobertor deu lugar ao contraste do dia lindo lá fora, com os passarinhos que cantavam. Banho profundo e perfumado. Ok, volta por cima: maquiagem no rosto, sandália sem salto, blusinha branca e brincos leves. Tentativa de atrelar charme a conforto.

Elogios bacanas e elogios sacanas: "desse jeito atrai mal-olhado, flor. É perigoso andar assim sem maiores motivos. Viva os bofes, mas tem que considerar as cobras do mundo". E quem disse que estou preocupada com isso. aah! a superficialidade das coisas...

Parece que adivinhou! Que mal-olhado foi esse que convenceu São Pedro a fazer aquela nuvem jorrar daquele jeito, do nada? Não deu tempo de piscar. Quando processei que chuviscava, lá estava eu, ensopadíssima, tentando amenizar a catástrofe transparente, comprando blusa nova. Como assim não ter objeto na bolsa para aparar o aguaceiro?

Agora o charme virou atchim, que não combina com conforto, especialmente quando se deve levantar de madrugada como sempre, sem maiores motivos, pro batente. Sim, é perigoso andar assim!
COMPANHIA

Cada sorriso dado compensa o stress dos segundos! É como cinto de segurança em viagem tempestuosa. Presença sutil, por vezes desprezada, porém incontestável. E de turbulência em turbulência resolvemos pousar em bom estilo para fechar com chave de ouro mais uma viagem chamada dia. Não deu pra fazer escala em alguns programinhas legais. Se passasse, perderia o próximo horário e seria literalmente um atraso de vida.

Pouso definitivo após 14 produtivas horas ininterruptas, revezamento para almoço e contagens até dez para manter o nível e a temperatura que garantissem a tranqüilidade do transbordo.

Cervejinha pra quem gosta, conversa jogada fora, catação de moedas para pagamento mesquinho, comediante, gargalhadas, ambiente clássico-alternativo... peguemos aquelas 14 horas e joguemo-las pro alto, pra retomar daqui a pouco o tudo de novo dos vôos diários. Mas para as próximas viagens pré-determinadas e turbulentas está terminantemente proibido qualquer resquício de vôo sem escala. Combinado? Senão ninguém agüenta essa viagem cansativa que é viver.
12 DO 06: É DOSE E MEIA

Após as primeiras doze horas do dia já tinha sido questionada por mais de doze mil vezes a quantas andava a minha vida amorosa! Só hoje que surgiram perguntas do tipo... sim, é normal, vá lá. Mas perguntam e querem entrar na sua semana, meses; nas suas últimas doze semanas, de quando os trios ainda passavam em circuitos de doze horas duplas pela avenida.

Doze horas em ponto: energias já reduzidas à metade. O cansaço já toma conta de todos os doze neurônios restantes. Se estressar com esse papo é mais do que matemático, tão inútil quanto trocar seis por meia dúzia.

Por ironia vieram apenas doze (!) alunos fazer a prova hoje! mas onde se meteram os outros??? E ao chegar em casa, os doze apóstolos do vitral da sala são testemunhas: doze rosas me aguardavam em cima da mesa!

Passadas duas horas e meia das outras doze horas, nada de corações melosamente espalhados por aí, para que os dias voltem ao normal. A vida amorosa vai como todo mundo já sabe. Fim de ponto final a 12 dias de dançar bastante. Mudança de planos é doze (digo, dose). Agora as flores de maracujá que adotei no meu jardim, cítricas e perfumadas, com suas doze pétalas belas, são cultivadas com a doçura que busco em mim. Elas sabem que me sintonizo com elas e não mais sentem inveja das doze rosas apaixonadas.