"EU VOU NAVEGAR NAS ONDAS DO MAR..."

Palavras e telefonemas, entrave de um poema.
A minha cabeça gira como se o parque inteiro fosse um kamikaze.
O homem sofria disso quando inventou a roda...

O desespero de dizer não de "cuore" e sim de "testa".
O desespero de querer dizer sim de todas as formas e nem ter como.
O desespero que bate à porta; no fundo ela sabe que é só não abrí-la.

De fato não abre, também não sai.
Pega aquele baú arcaico e transbordante e medíocre e insensato e dela!
Decide tocar fogo naquele legado infeliz - que traria felicidade - e começa com umas faíscas (quem começa com faísca ainda tem dúvidas)
Uma chama dentro para apagar, um baú fora para incendiar.

Foi à praia, um peso na mente, um baú nas costas e todo peso do mundo nos ombros.
Resolveu navegar e, navegando, jogou o baú todo ali, entre palavras ondeantes, entre vírgulas de remo.
A nítida e gostosa sensação de progresso, movimento, liberdade!
Prometeu a si mesma que faria algo semelhante com o peso da alma.
Entra no mar e deixa seu peso encharcar o jeans pelo avesso.

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