TUDO E NADA TER
Houve um tempo em que andava firme e de mãos abertas. Cada respiro era um impulso novo; cada silêncio, um conforto; cada confusão uma nova festa.
De lá pra cá envelheceu. Esqueceu que os pesares são um presente e as dores são filtros da alma. Trocou a pureza pelo breu da sociedade. Tudo num limite sem asas.
Não cultiva mais as recordações do quanto viver é bom e de como são belos os prados coloridos. Do quanto significa correr sozinho ou sentar em oração.
Buscou-se, rebuscou-se em volta do sol, Deixou que tudo desmoronasse para reerguer-se sobre a rocha e concluir:
Quero casa quente, gente grande que me entenda criança, abraço gostoso que se deixe tocar. voz suave que me escute, beijo macio que me olhe. carinho que desarme. Quero tudo e nada ter, quero a ninguém pertencer. Tudo num limite com asas!
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