DESPEDAÇADA

Este braço fraco que a dúvida embala
Essa boca seca que, sedenta, não cala
Estas mãos suadas que procuram no tato
Estas pernas frágeis que não tremem, desabam.
Este olhar cansado de ressaca sutil
Esta pele amarga, suada e febril
Este corpo rude que insiste em crescer
Não se cabe no oco, osso de roer.
Minha alma amassada se perde em lembrança
Se esconde no canto, se finge criança
Minha alma jogada, esquecida de si
Se pergunta se um dia poderá sair.

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