MAL OLHADO

Depois de alguns rounds levantei da cama. A luta pra dobrar o cobertor deu lugar ao contraste do dia lindo lá fora, com os passarinhos que cantavam. Banho profundo e perfumado. Ok, volta por cima: maquiagem no rosto, sandália sem salto, blusinha branca e brincos leves. Tentativa de atrelar charme a conforto.

Elogios bacanas e elogios sacanas: "desse jeito atrai mal-olhado, flor. É perigoso andar assim sem maiores motivos. Viva os bofes, mas tem que considerar as cobras do mundo". E quem disse que estou preocupada com isso. aah! a superficialidade das coisas...

Parece que adivinhou! Que mal-olhado foi esse que convenceu São Pedro a fazer aquela nuvem jorrar daquele jeito, do nada? Não deu tempo de piscar. Quando processei que chuviscava, lá estava eu, ensopadíssima, tentando amenizar a catástrofe transparente, comprando blusa nova. Como assim não ter objeto na bolsa para aparar o aguaceiro?

Agora o charme virou atchim, que não combina com conforto, especialmente quando se deve levantar de madrugada como sempre, sem maiores motivos, pro batente. Sim, é perigoso andar assim!

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