REVEILLON EM ARACAJU
"Que a atitude de recomeçar é todo dia, toda hora"

Mesmo se a Champagne resolveu estourar uns dois minutos antes (e adivinha na mão de quem ela estava?), pra tudo nessa vida dá-se um jeito. Tampa-se novamente a garrafa e da próxima será mais emocionante ainda. No tempo certo. Com direito a espuma, barulho gostoso, fogos no céu e gritaria de gente cheia de alívio e esperança. Acho que viver é isso: estourar a champagne na hora certa, com as pessoas certas, com clima e disposição, respeitando o curso da vida que não depende só de você, ainda que a garrafa esteja na sua mão.

Parecia que tudo estava perdido, rostos decepcionados, garrafa aberta com cara de ironia, gente que corre, que conta, que grita no microfone... e nós ali, fingindo bom-humor com o acontecido. Foi engraçado sim, mas normalmente não conseguimos unir humor a coisa séria.

Um suspiro, troca de olhares e uma iniciativa mudaram o curso da noite! "Vamos estourar de novo!!!". Procura-se... procura-se... oito pessoinhas a procura da - "Achei!"- tampa da garrafa. Pronto. Não existe mais quem diga que recomeçar é impossível. A bebida continuava lá, a emoção do momento voltou completa pra dentro da garrafa, aguardando a reprise máxima de sua alegria satisfeita duplamente. Sorrisos voltam aos corações e a ironia fora embora.

Vida. Ainda que não achássemos a tampa, a beberíamos. Sem a festa, mas com festa. Mas, ah! procurar a tampa por entre pernas que vêm e vão dá trabalho, adrenalina pura pela ansiedade de encontrá-la antes que aquele precioso e único minuto passe e todos gritem e o céu de Aracaju se abra em luzes. Mas a alegria de saber que se tenta, junto, cada um pra um lado com seus próprios objetivos aparentemente iguais. Para mim a tampa da garrafa era redenção, para outro esperança, para outro ainda milagre!
Tampas, oito tampas na garrafa do momento. E como voava...

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