RESPIRA-ME

Furacão.
Desses que cantam ventos de mudança enquanto todos temem destruição.
Desses que passam rápido no deserto e ninguém, além da natureza, percebe o seu rastro.
Velozmente faz seu curso e se consome;
dança e vira ventania;
descansa e vira brisa.

Brisa.
Daquela de beira-mar, que traz as mensagens mais azuis do mundo aos ouvidos e às conchas.
Daquela que acaricia suavemente e só a sente quem se deixa tocar leve e sutilmente, no silêncio necessário de dentro pra fora.

Esse é o ar, que quer te dar vida mas nem sempre entende em qual velocidade andar para ajudar a natureza.
Aquele que se perdoa, recomeça e é grato a todos que respeitam seu ritmo e reconhecem o seu lado bom.

Existem muitas delas.
Destas mulheres que Deus criou, decididas pela rota a seguir.
Destas que seguem o seu caminho ora valentes, ora carentes e macias.

No curso do mundo, minhas partículas não têm pátria.
Me adapto ao espaço do momento, mas me espalho para novas conquistas.
O meu limite é o horizonte e o que me atrai.
Me deixo cortar por aqueles que de mim precisam.
Me misturo com o mar e mato minha sede.

Eu, ar, em sintonia com oportunos momentos de furacão, ventania ou brisa.

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