CANTO SEM COR

Agora que voltei às cortinas e microfones entendi a angústia do teatro e do violão. Os abandonara desumanamente, como se alguém feito pra luz e sonoridade fosse ser feliz no calar-se forçado ou num canto sem cor.

Um acorde.
Uma seqüência.
Um pensamento.
Uma decisão.

O conflito dera-se quando o violão exigiu que eu fosse só dele. Recusei a proposta. Hoje renegociamos eu e meu eu-lírico. Renegociamos pra que aquele pensamento e aquela decisão não sejam apenas ilustres abstrações. O eu-lírico mandou dizer que a autora está feliz, ainda que a tristeza ameace adentrar aquela porta. Feliz porque o sentido do texto anterior foi encontrado acima de uma nuvem e essa nuvem segura a porta pra mim e me abre caminhos!

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