ENCHARCADA


A minha infância tinha umas pérolas insubstituíveis. Uma delas era o típico banho de mangueira. Chegar da praia cheinha de sal e calor e me esbaldar no quintal com aquela água fresquinha a enxaguar o corpo todo. Delícia!

Gosto do verão. Acompanhada, sozinha, com a brisa, com o barulho do mar, com as pessoas que encontro, com o siri, com meus pensamentos. Não importa. O prazer é sempre novo e por motivos novos. Tudo vale quando o dúbio azul espelhado é testemunha.

Tinha horário, mas nada que comprometesse um esbaldar-me em nostalgia, quando tudo era frescor e mangueira; quando não existia a sede, e a água estava sempre ali, à minha disposição.

Hoje o que me sustentou foi a certeza de que o oásis e a criança em mim ainda existem.

Nenhum comentário: