CULTURA DESEJA CASAR-SE COM POVO QUE AMA

Nem entro no tema afinidade, é questão de valorização mesmo. Me confundo quando procuro compreender o que o povo dessa Bahia realmente ama. Depois na prática é que se entende o que vem a ser amor verdadeiro, quando amar a própria cultura já seria um bom começo.

Em análises mais profundas a gente se depara com um público AB limitado, restrito a críticas sem fundamento. Alto lá! Não estou me referindo a pagodes e axé music generalizada. Não me refiro a shorts lá e blusas cá ao balanço daquilo. Tampouco à indústria cultural que temos. E quem me conhece sabe muito bem disso.

Refiro-me ao samba que "nasceu lá na Bahia", ao chorinho que é nosso, ao Afoxé que muitos nem sabem o que é. Ao teatro baiano, ao que se faz em prol da comunidade pobre ("e são quase todos pretos (...) ou quase brancos") através da cultura. Quem já foi ao Pelourinho? Agora, quem já foi nas entrelinhas do Pelourinho? "Pelourinho não é mais aquele".

Se da próxima vez que for à Europa continuar sendo obrigada a ouvir baianos (e brasileiros) restringindo a nossa cultura a nudez e carnaval, futebol e no máximo Guga, prostituição e violência, continuarei não medindo esforços para defender o outro lado da moeda, mas também perderei o respeito humano aos seres "críticos e cultos" do nosso país.

Amar a cultura do outro como a sua é algo complicado quando não somos capazes de fazer sequer o caminho de ida...
"Se farinha fosse americana (mandioca importada), banquete de bacana era farinhada."

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