MIL PAUSAS E DE VOLTA PRA CASA

Eu tenho uma casa. Minha casa-internet é um labirinto, vizinho do de Teseu, com linhas imaginárias e linhas-guias infinitas. Um risco, um rio de ondas, navegável e perigoso. Me perco em minha casa. Me encontro nela. Me vejo aqui e na Dinamarca. Me surpreendo nas ilhas sicilianas. Viajo pra longe.

Minha home me tira a vida real, minha page reescreve minha história, registra minhas expressões mais superficiais, posta minhas emoções, confidencia-me em blogs... "Comentem! comentem!": apelos insistem em permear-nos todos, vizinhos corriqueiros sem férias, churrasco ou praia...

Eu tenho uma casa dentro da minha Casa. Navegar é preciso? Minha home tem sabiá o qual nem posso tocar. Meu pinho tem sabiá de cordas pra se tocar. Eu quero férias da minha casa.

Minha terra sou eu que ando descalça, que grito ao redor, que abraço meus pais, que vou ao cinema, que canto pra ninguém, que canto pra muitos, que curto minhas férias, que danço forró, que pulso, que pulo, que pego impulso... Num tum tum de palavras que não conhece pra onde vão. Num pulsar de segundos que voam aqui dentro. Num decisivo compasso que me deixa viciada.

Viciada em viver, vou dar um tempo. Quando me sentir mais real do que a sanfona, o triângulo e a zabumba volto a postar aqui. Férias da home......page!

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