ENTORPECENTES (E ISOLAMENTO)

Bebida alcóolica só me atrai pela quentura das companhias e pelas lembranças que traz (ou leva). Lucy in the Sky with Diamonds não me leva pras nuvens nem me ajuda a escrever meus versos e devaneios (como este). De tudo o que é fumaça, prefiro a poeira da estrada e a lenha dando sabor ao milharal (infância e saudade). Ou ainda trem, turbina, motor, que pra perto ou longe levam-me em santas, loucas, imprevisíveis ou banais viagens (viajo).

Viajo comigo o tempo inteiro. Por outros motivos, viajo mesmo e muitas vezes, quase todos os meses.

Tenho esse e vários entorpecentes, música principalmente! Me entontecem, tranqüilizam, anestesiam, machucam, dopam ou viciam.

Ah! Cuida de mim que hoje eu sofro de overdose, amor. Tranca a porta por dentro e fica aqui. Traz água e sopro suave, que eu já me vicio (de você). Faz silêncio, me abraça, me protege, até que eu volte a ficar contente.

Eu tô mal mas por favor, não chama ninguém e desliguemos os telefones. Deixa tudo paradinho assim, que hoje eu sofro de overdose, amor; overdose de gente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso é muito a sua cara: leve, bem humorado, inteligente e profundo!
Linda e saudosa sempre!
Um abraço e nunca mais deixe a borboleta entre teias de aranha de novo, viu?
Beijos do amigo grávido e das horas não vagas :)